sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Conferência Mundial de Cidades

Participei da Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Cidades. O evento reuniu cerca de 7 mil pessoas, em Porto Alegre, de 13 a 16 de fevereiro. Representantes de 1039 cidades de 52 países interagiram sobre projetos de desenvolvimento sustentável local para os centros urbanos.
A estrela do orçamento participativo (OP) brilhou durante os debates. Ainda é o grande projeto político que coloca Porto Alegre e outras cidades do Brasil entre as experiências mais exitosas de gestão participativa.
Cooperação
Ao OP soma-se a “governança solidária local” – forma de administrar que articula parcerias entre o poder público, organizações da sociedade civil, setor privado e comunidades. Dá certo. Basta caminhar em Porto Alegre, conversar e vasculhar os indicadores de qualidade de vida.
A conferência teve 554 painéis de debates, oficinas e minicursos durante os quatro dias. Estatuto das Cidades e plano diretor também foram temas em destaque, assim como o tratamento dos resíduos sólidos, projetos de coleta seletiva de lixo e educação ambiental.
Global e local
Predominou nos debates a tese do desenvolvimento local sustentável possível/viável diante do mundo globalizado. As cidades empoderam-se através da democracia participativa para enfrentar a lógica do neoliberalismo como concepção única de urbanidade.
Em resumo, voltei da conferência com duas sensações:
- Entusiasmo ao saber de tantas experiências e projetos dando certo Brasil afora e que podem ser simplesmente copiadas ou adaptadas e incrementadas para outros locais;
- Decepção de viver em São Luís governada há 20 anos pela mesma oligarquia sem um salto de qualidade político e administrativo (não há sequer um parque decente na cidade);
Em Porto Alegre o PT perdeu o governo, mas o sucessor José Fogaça (PMDB) mantém os compromissos da democracia participativa na sua gestão. Quando a experiência do OP começou a ser implantada em São Luís, em 1996, através do então vice-prefeito Domingos Dutra (PT), o prefeito Jackson Lago (PDT) lavou as mãos. O OP tem muita plenária, fiscalização e licitação....coisas que Jackson detesta.

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