terça-feira, 11 de março de 2008

MUDANÇA PARA MELHOR

LEITORES,


A PARTIR DE AGORA ESTAMOS EM NOVO ENDEREÇO. A MUDANÇA FACILITA OS COMENTÁRIOS, OFERECE LINKs PARA OS PRINCIPAIS JORNAIS DO MARANHÃO E PARA ALGUNS DOS MELHORES BLOGs NACIONAIS, ENQUETE E CONTADOR DE ACESSO.


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CONTO COM VOCÊ!!!!

Cefet avante

O Cefet do Maranhão tem um divisor de águas: a administração do diretor José Costa. Há melhorias nas instalações físicas, a gestão é descentralizada, o ensino e a pesquisa avançam e uma equipe técnica entusiasmada busca parcerias com a iniciativa privada para ampliar as ações na instituição, oportunizando espaço no mercado de trabalho e pós-graduação aos egressos.
José Costa é forte candidato à reeleição. Nada parecido com as más notícias do tempo do diretor José Lima.

Suor e lágrimas

Os jornais sumiram cedo hoje das bancas. Motivos: a lista dos aprovados no vestibular e as fotos da tragédia no Campo de Perizes. O Maranhão amanheceu sob o contraste da alegria de quem suou a camisa para ingressar na Ufma e dos que choram seus mortos.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Discurso na posse do DM está no YouTube

O discurso do pré-candidato do PT à Prefeitura de São Luís, Ed Wilson Araujo, está disponível no YouTube. A gravação foi feita pela jornalista Kelly Campos e contém a parte final da fala do pré-candidato, durante a posse do Diretório Municipal do PT, dia 29 de fevereiro, no auditório do Sindicato dos Bancários. Meus agradecimentos a Kelly Campos pelo registro.
Para acessar o discurso, clique no linque: http://br.youtube.com/watch?v=uuafOLthe90

domingo, 9 de março de 2008

Vidigal em segundo plano

Dos pré-candidatos do PSB à Prefeitura de São Luís - José Reinaldo, Helena Duailibe e Edison Vidigal -, este parece ser o menos priorizado. O governador Jackson Lago (PDT) tem dívidas políticas da campanha de 2006 com os correligionários socialistas. Tanto Reinaldo quanto Vidigal foram importantíssimos na vitória de Lago. Um pelo grande apoio e o outro por ter ajudado a levar a disputa ao segundo turno, derrotando Roseana Sarney.
Mas a visibilidade maior, neste momento de pré-campanha, tem sido para Reinaldo e Duailibe. Vidigal foi contemplado com a Secretaria de Segurança Cidadã, mas seu sonho grande é governar o Maranhão. E o caminho passa pela Prefeitura de São Luís. Pelos movimentos observados até agora, Vidigal não está nos planos do Palácio dos Leões para disputar a Prefeitura de São Luís.
Em seus artigos semanais no Jornal Pequeno, Vidigal usa parábolas e fábulas para reclamar, criticando seus aliados nas entrelinhas.
Eis uma equação difícil para Jakcson Lago resolver...

PEC do trabalho escravo terá nova batalha

Entidades como a CPT, MST, Contag e Via Campesina vão realizar quarta-feira 12 um ato público pela aprovação em segundo turno, na Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda Constitucional nº 438/2001, a PEC do Trabalho Escravo. Caravanas de vários estados seguem para Brasília a fim de pressionar os parlamentares a colocarem o tema em votação ainda no primeiro semestre de 2008.
O texto da PEC prevê o confisco de propriedades onde seja comprovado o uso de mão-de-obra escrava. As terras confiscadas devem ser empregas para fins de reforma agrária.
A PEC 438, de autoria do senador Ademir Andrade (PSB-PA), foi aprovada no Senado em dois turnos e em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, em agosto de 2004, mas a bancada ruralista pressionou e travou a tramitação.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), prometeu articular junto aos líderes dos partidos para avançar na votação. Orbita em torno do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), da União Democrática Ruralista (UDR), e de boa parte da bancada do PSDB-DEM, a resistência à aprovação da PEC.
O Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), criado em 1995 e responsável pela apuração de denúncias de trabalho escravo, já libertou mais de 28 mil pessoas em propriedades rurais. Em 2004, três auditores fiscais e um motorista do MTE foram assassinados em Unaí (MG), durante uma emboscada. Os movimentos sociais querem chamar a atenção dos parlamentares para o cumprimento da função social da propriedade, estabelecida na Constituição, e ao mesmo tempo denunciar a impunidade dos exploradores de mão-de-obra escrava.

sábado, 8 de março de 2008

O olhar de Itevaldo Junior sobre São Luís

O jornalista Itevaldo Junior (O Estado do Maranhão) enviou o comentário abaixo sobre o texto “Um olhar sobre São Luís”. Domingo passado uma reportagem de Itevaldo expôs as nebulosas relações da Prefeitura de São Luís com o lixo, ressaltando a falta de licitações nos contratos com a Limpel e a Limpfort. O prefeito Tadeu Palácio (PDT) diz que vai licitar. Vamos aguardar e cobrar. A seguir, o comentário:

A ação de (re)pensar a cidade exige que se enxergue e alcance as várias São Luís existentes na Ilha. A cidade dos bairros do Centro & Centro Histórico (que estão dentro do Anel Viário), a Zona Rural, o Itaqui-Bacanga, o eixo das avenidas dos Africanos, da Guajajaras (ambas com centenas de bairros e ocupações desordenadas), enfim. Sem demérito as duas décadas de gestão pedetista – tem aí o período Conceição Andrade – o que se constata é que tem cosmético demais.
Faz-se jardinagem da ponte Bandeira Tribuzi ao cruzamento da av. Holandeses, mas esquece-se da Avenida Camboa.
A capital tem problema sério de saneamento e esgotamento sanitário, nenhum desses governos resolveu enfrentar a questão. É alto o déficit habitacional e nada se propôs.
Coleta de lixo é questão de saúde de pública. Parabéns ao Tadeu Palácio. Mas, é também questão de saúde, educação, direito ao cidadão, a transparência administrativa. Transparência nos contratos, especialmente naqueles em que é feita a dispensa ou a inexigilibidade de licitação, como no caso do lixo.
Falta de transparência administrativa marcou os 20 de anos de gestão pedetista em São Luís. Como também é retrato dos governos estaduais e de outros municípios maranhenses.
O Orçamento Participativo degringolou aí. Não existe OP sem transparência orçamentária/ administrativa. São Luís avançará muito quanto uma administração municipal der publicidade ao quanto arrecada? como investe? quanto investe? porque investe, quais são as prioridades?.
Por exemplo: a Prefeitura recebeu em 2007, R$ 1,8 milhões de Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide). Em janeiro deste ano, já veio R$ 465 mil. O que foi feito desse dinheiro? Ele foi aplicado em quê? A sociedade precisa ter essas respostas. É o mínimo de civilidade.
Empresários de ônibus compram novos veículos e o prefeito é quem faz a “entrega”. No ato seguinte se anuncia que a prefeitura põe 100 novos ônibus nas ruas da capital. Isso é piada. O transporte da capital há tempo ele exclui os usuários. Menos gente usa o ônibus. Vão a pé, de bicicleta, de carona ou compram carros. O serviço é ruim.
Jamais tivemos um projeto de desenvolvimento para São Luís. E não é falarmos somente de saúde, transporte e educação. É falarmos de cultura, de meio-ambiente, juventude, industrialização, enfim.
Não temos um parque público – não vale o Bom Menino. Não existem espaços públicos de lazer para crianças e idosos. Resta os shoppings e a praia. Em alguns bairros constroem-se quadras esportivas e se urbaniza o entorno. Mauro Fecury ex-prefeito da capital ganhou o apelido de “Mauro Pracinha”. Isso é o mais do mesmo.

Chantagem

Não há como negar. O senador José Sarney (PMDB-AP) ameaçou afastar-se do Congresso durante a disputa pelos cargos no Ministério das Minas e Energia. Disse que ia escrever, meditar etc. Nos bastidores, travou uma queda de braço com a ministra Dilma Roussef, possível sucessora de Lula. Mais uma vez, o governo teve de ceder.
Confirmados os nomes indicados por Sarney, ele já nem fala muito em licença. Ficou energizado com os novos cargos e agora pode até abrir uma trégua.
Lula não faz aliança com Sarney por afinidade ou amizade e sim pela banda do PMDB que garante a governabilidade.

Mulheres na rua em dia de luta


Diversas entidades organizadas do movimento de mulheres realizaram uma passeata pelo Centro de São Luís, ontem à tarde, para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Na rua Grande, empunhando bandeiras e balões coloridos, celebraram e reivindicaram mais direitos voltados para a condição feminina.
Por iniciatica do gabinete da deputada Helena Barros Helluy, o 8 de março foi registrado também em sessão solene na Assembléia Legislativa, em homenagem à professora e militante Ieda Batista.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Uma música para as mulheres

Todos os dias somos bombardeados no rádio e na TV por uma infididade de músicas siamesas, a maioria depreciando a condição feminina. Os homens também não escapam. Adjetivos como “rapariga” e “raparigueiro” viraram lugar comum no dial. Do “tapinha não dói” ao “créu”, a mulher vai sendo discriminada maciçamente. Portanto, a minha homenagem ao Dia da Mulher vem com os versos de Pixinguinha e Otávio de Souza. A música, bastante conhecida, é “Rosa”. Parabéns pelo Dia Internacional da Mulher.

Rosa
Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer.

Governo Lula combate a pobreza no Maranhão

O governo federal acelera a implantação dos 60 Territórios da Cidadania em todo o Brasil. O Maranhão está contemplado com quatro territórios: Baixo Parnaíba, Lençóis/Munim, Cocais e Vale do Itapecuru.
Depois do lançamento na região dos Cocais, na semana passada, o programa foi iniciado ontem no Baixo Parnaíba, abrangendo os municípios de Anapurus, Araioses, Belágua, Brejo, Buriti, Chapadinha, Água Doce, Magalhães de Almeida, Mata Roma, Milagres, Santana, Santa Quitéria, São Benedito do Rio Preto, São Bernardo, Tutóia e Urbano Santos.
Territórios da Cidadania envolve 15 ministérios em ações articuladas com os governos estaduais, municipais, sociedade civil e lideranças locais. O primeiro passo é a definição do plano territorial de acordo com o potencial econômico de cada área, seguido do calendário de implantação das ações.
O delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Maranhão, José Inácio Sodré Rodrigues, explica que os Territórios da Cidadania são essenciais na redução da desigualdade, no combate à pobreza e ao êxodo rural.
Com os territórios, o governo Lula avança em relação aos programas assistencialistas como o Bolsa Família. Os recursos são investidos em infra-estrutura, atividades produtivas, ações de cidadania e desenvolvimento social.
Nos 60 territórios do Brasil serão aplicados R$ 11 bilhões em áreas com menor IDH do país, dos quais R$ 933 milhões o Maranhão.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Um olhar sobre São Luís

A disputa pela Prefeitura de São Luís precisa ser pautada em um debate sobre o planejamento da cidade. Não há dúvidas sobre os avanços obtidos pelas gestões do mesmo grupo político nos últimos 20 anos. O trânsito e a sinalização melhoram diante do caos anterior, há um batalhão de garis nas ruas coletando lixo, varrendo calçadas, consertando e pintando meios-fios e uma razoável operação tapa-buracos completa a cosmética urbana.

A vitrine da administração é a coleta de lixo. Porém, é necessário tornar transparentes os contratos celebrados com a Limpel e a Limpfort, a fim de que a população possa tomar conhecimento dos atos administrativos.

Mas a limpeza é apenas um aspecto da desejada política de urbanismo que contemple um conjunto de ações estratégicas para resolver os problemas de São Luís. A cidade segue em dois sentidos opostos, na contramão do desenvolvimento. De um lado, áreas miseráveis sem qualquer infra-estrutura; de outro, impacto dos grandes projetos sobre a capital.

Os complexos mínero-metalúrgicos são montados com pouca contrapartida para a cidade. Salvo uns empregos para técnicos especializados e trabalho temporário para a mão-de-obra pesada, o que mais os grandes investimentos deixam em São Luís?

O exemplo da água é emblemático. Quando o Sistema Italuís foi criado, no governo João Castelo, não priorizava o abastecimento da população. O interesse maior era a instalação da fábrica de alumínio (Alumar). O investimento é feito para atender a uma demanda dos grandes projetos e não para resolver o crônico problema do abastecimento d’água para a população.

São Luís vai crescendo, ganha a simbologia da modernidade e apresenta indicadores cada vez maiores de subdesenvolvimento. Adota-se a lógica da modernização com planejamento precário. Assim, a expansão urbana reflete o ordenamento da exclusão social.

Enquanto a cidade não for compreendida como um projeto político de civilidade, que pense o coletivo e não somente o individual, jamais se compreenderá o sentido das cercas elétricas, grades, condomínios fechados e shoppings de máxima segurança. Na cidade pós-moderna, o homem volta à caverna.

Portanto, a futura administração precisa elaborar uma política que entenda a cidade como um espaço de inclusão do seu principal componente – o homem na coletividade, ser histórico, animal político habitante da polis. O planejamento da cidade passa por uma gestão democrática que priorize a participação. Além de prédios, ruas, praças e avenidas, o principal ator da cidade é o homem que a habita.

A cidade, como a polis grega, deve construir com seus habitantes um modo de viver, uma filosofia de ocupação do espaço na qual o modo de habitar a cidade é definido pelos mecanismos de participação. A essência da cidade é, em suma, a democracia.

A experiência de Porto Alegre, com o orçamento participativo (OP), está em curso sendo aperfeiçoada constantemente. Qualquer governo de centro-esquerda que assume a administração tem compromisso com o OP. A gestão participativa está incorporada no modo de governar do poder público, do setor privado, da população e dos movimentos organizados.

Esse é o sentido da gestão participativa e democrática. Em São Luís, o OP iniciado em 1996 não teve conseqüência. Se tivesse, teríamos 12 anos de acúmulo. Mas ainda há tempo de recuperá-lo. A Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Cidades, realizada recentemente em Porto Alegre, foi palco de várias experiências concretas de gestão urbana. Temas como o lixo, o trânsito, a iluminação pública são rotinas administrativas. A grande questão é planejar a cidade.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Ieda presente

A Assembléia Legislativa realiza hoje 6 uma sessão solene em homenagem ao "Dia Internacional da Mulher", às 10h30. A professora universitária Ieda Batista, falecida em 17 de janeiro último, será lembrada e homenageada. A iniciativa é do gabinete da deputada Helena Barros Heluy (PT).

Cavalaria e diplomacia no conflito

O assassinato de um dos mais importantes líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em ação combinada dos governos colombiano e estadunidense, coloca em risco a paz no continente, as relações comerciais e o controle de áreas estratégicas na geopolítica mundial.
A Colômbia de Álvaro Uribe está na contramão da tendência de centro-esquerda pulsante no Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador, Chile etc. Ao provocar instabilidade no continente, criando um clima de guerra, os Estados Unidos desequilibram as bases da unidade política no Mercosul e no Pacto Andino.
Coincidentemente, a operação militar colombiana ocorre no período das eleições primárias nos Estados Unidos. Diante do fracasso no Iraque, os ianques precisam de um resultado positivo na ofensiva externa. Querem dar uma “satisfação” aos norte-americanos no clima eleitoral.
Há muito os Estados Unidos pressionam as Farc para retirá-las do controle da cocaína. A cadeia produtiva da coca, que tem nos consumidores norte-americanos um dos maiores mercados, é altamente lucrativa. Não só na venda ao consumidor, mas no processamento que envolve as indústrias química e bélica.
O conflito interessa ainda pelo controle de áreas estratégicas na Amazônia, seja por conta da água e da biodiversidade, seja para instalar bases militares e, a partir desses núcleos, operar contra os países anti-imperialistas da América do Sul.
Ocorre que a mídia colonizadora inverte as análises e carrega nos pejorativos: Hugo Chávez é ditador, as Farc são terroristas e traficantes, Rafael Correa é um aprendiz de Chávez e Uribe um herói.
O Brasil precisa ter muita cautela nas negociações, deixando Chávez na cavalaria e Lula na diplomacia.

terça-feira, 4 de março de 2008

Caça e caçador

Quando José Reinaldo venceu a eleição em 2002, elegendo-se governador com o apoio do grupo Sarney, Jackson Lago tentou cassar o mandato do adversário alegando abuso de poder econômico. Lago referia-se à derrama de dinheiro na campanha.
O Jornal Pequeno atacava diariamente o governador eleito, chegando a postar diariamente uma tarja contando os dias em que ação contra Reinaldo deveria ter sido julgada.
Agora, Jackson e Reinaldo estão juntos, e o grupo Sarney também alega nos tribunais que houve abuso de poder econômico nas eleições de 2006. São tantas coincidências...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Querem libertar São Luís de Tadeu Palácio

São convergentes os discursos do ex-governador José Reinaldo (PSB) e de outros expoentes da base do governo: a sucessão municipal deve ser comandada por Jackson Lago (PDT).
Diante do alijamento do prefeito Tadeu Palácio na sua própria sucessão, ele pode flexionar ainda mais no sentido do grupo Sarney. O nome preferido nessa equação é Clodomir Paz – eclético e leve.
O deputado federal Gastão Vieira (PMDB) e o estadual Raimundo Cutrim (DEM) integram a cooperativa de candidatos sarneístas para levar a eleição ao segundo turno, quando todos podem fechar com Paz.

domingo, 2 de março de 2008

Cruvinel no Maranhão

A jornalista Tereza Cruvinel, presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), vem a São Luís no início de abril, a convite do gabinete do deputado federal Flavio Dino (PC do B). O parlamentar apresentou emenda à MP da TV Pública, abrindo caminho para a incorporação dos servidores da TVE à EBC e à inclusão de uma das sedes da empresa no Maranhão.
Os servidores da TVE foram redistribuídos para vários órgãos do serviço público e têm agora a possibilidade de retornar às atividades de origem. A emenda de Dino visa transformar a sede da EBC no Maranhão em um centro de produção televisiva regional.

Outras reféns

No seu artigo dominical n'O Estado do Maranhão, o senador José Sarney (PMDB-AP) apieda-se da situação de Glória Polanco e Ingrid Betancourt, reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Deveria refletir também sobre tantas mulheres maranhenses reféns da pobreza, viúvas da violência e deixadas pelos maridos que abandonam o Maranhão em busca de emprego em outros estados.

Lixo polêmico

Reportagem do jornalista Itevaldo Junior, n’O Estado do Maranhão deste domingo, revela detalhes dos contratos de R$ 180 milhões, sem licitação, celebrados entre a Prefeitura de São Luís e as empresas de coleta de lixo Limpel e Limpfort desde maio de 2002.

“Partido” do STF

As intervenções do ministro Marco Aurélio Mello, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), na agenda política há muito evidenciam uma interferência direta do Judiciário no Legislativo e no Executivo. Na investida mais recente, Mello disse que o programa “Territórios da Cidadania” pode ser contestado judicialmente.
Por coincidência, o PSDB e o DEM propuseram no STF uma ação direta de inconstitucionalidade contra o programa, que vai investir R$ 11 bilhões em ações multiministeriais de combate à pobreza e desenvolvimento local no Brasil.
Somente no Maranhão o programa “Territórios da Cidadania” vai aplicar R$ 933 milhões em 2008.
Lula reagiu à chantagem do ministro, afirmando que seria bom se o Judiciário “metesse o nariz somente nas coisas deles”. O presidente do STF reforçou a ameaça, referindo-se à Lei Eleitoral, que proíbe a criação de programas sociais em ano eleitoral. Ocorre que tais programas foram implantados desde o início do primeiro mandato de Lula e são referência no mundo todo.
Portanto, fica clara a intenção do ministro de intimidar o governo, em um jogo combinado com o DEM e o PSDB. É só o começo do embate de 2010 e da ofensiva da direita neoliberal demo-tucana, que começa agora com uma nova legenda em campo: o “Partido” do STF, com Mello na presidência.

sábado, 1 de março de 2008

PT apresenta nomes para a sucessão municipal

Bira do Pindaré, Ed Wilson Araújo, Kleber Gomes e Raimundo Monteiro publicizaram à militância do PT suas pré-candidaturas à sucessão municipal de São Luís, ontem à noite, durante a posse do novo Diretório Municipal do PT de São Luís, presidido pelo engenheiro Fernando Magalhães. O PT ainda vai decidir se terá candidatura própria ou coligação com outro partido.
A solenidade foi marcada pelo tom democrático das disputas internas. Todas as tendências manifestaram-se, predominou o debate de idéias e abriu-se um ambiente promissor para a participação dos petistas nas eleições de 2008.
Sem a participação do PSDB, estrela maior nas confraternizações do Diretório Estadual, a posse reuniu os partidos da base do governo Lula, com os quais o PT dialoga no planalto e na planície ludovicense: PC do B, PSB e PDT.
No auditório "Che Guevara" lotado, no Sindicato dos Bancários, pontificaram representantes dos mais diversos movimentos sociais, pré-candidatos a vereador, jornalistas, professores, parceiros de luta e militantes de causas democráticas.
Na cerimônia de duas horas e meia, com o público mantido até o final, a posse recebeu saudações do secretário nacional de Comunicação do PT, Gleber Naime; da deputada estadual Helena Barros Heluy (PT); do presidente do PC do B em São Luís, Marcio Jerry; do deputado federal Julião Amin (PDT); do deputado federal Flavio Dino (PC do B); do pré-candidato a prefeito e secretário de governo da Prefeitura de São Luís, Clodomir Paz (PDT); da presidente municipal do PSB, Helena Duailibe; dos representantes das chapas que disputaram o Processo de Eleição Direta (PED), Fernando Silva e Marcio Jardim; e dos pré-candidatos a prefeito: Bira do Pindáré, Ed Wilson Araújo, Kleber Gomes e Raimundo Monteiro.
O encerramento da posse foi marcado pelo discurso do presidente Fernando Magalhães, seguido da apresentação dos novos integrantes do Diretório Municipal de São Luís.

Além das oligarquias

É compreensível que meu artigo sobre "Oligarquia e Libertação: duas faces do negócio da política" tenha sido atacado no Jornal Pequeno por um assessor do deputado federal Roberto Rocha (PSDB). Estranho seria se o parlamentar tivesse gostado. Também não me surpreende que o citado funcionário seja filiado ao PT. Ele não é o único petista atucanado no Maranhão. Dito isso, acrescento algumas informações e reflexões que me parecem úteis.

Votei em Jackson Lago várias vezes desde 1988, quando não houve candidatura própria do PT. Deixei de fazê-lo em 2000, quando ele celebrou um acordo com a oligarquia Sarney e reelegeu-se Prefeito de São Luís, brindando champanhe ao lado de Roseana. Àquela época o acordo era Jackson Governador em 2002 e Roseana Presidente da República, o casamento perfeito. Então veio a operação Lunus e o pedetista voltou forçado à oposição.

À época escrevi um artigo no Jornal Pequeno criticando a postura do então Prefeito de aliar-se ao sarneísmo. E há vários artigos de minha autoria nos quais sempre demarquei posição contra o grupo Sarney, combatendo esse modo de governar pautado no nepotismo, na corrupção e na concentração de renda. Fiz isso quando a governadora era Roseana. Ao contrário de tantos outros, não esperei que Fernando Henrique ou o governador José Reinaldo autorizassem para ficar contra Sarney. Fui e sou contra a oligarquia na sua essência, de sistema de gestão do governo e da política, tenha Sarney no comando ou não.

Outro aspecto essencial da minha crítica é o projeto conservador implantado no Maranhão, focado prioritariamente nos grandes empreendimentos mínero-metalúrgicos e na monocultura de soja. Estão aí as raízes dos nossos baixos indicadores econômicos e sociais. E desde já abro parêntesis para um palpite: esses indicadores tendem a melhorar nos próximos anos, principalmente pela intervenção dos novos programas sociais do governo federal desde 2003. Obviamente, as novas estatísticas serão incorporadas aos resultados positivos do Governo do Estado. Somente no programa “Territórios da Cidadania” o governo Lula vai investir R$ 933 milhões no Maranhão em 2008.

Aguardei mais de um ano do governo Jackson Lago para elaborar uma avaliação. Com diferenças de grau, talvez, creio que muitos petistas e não petistas concordam com ela. Até tucanos e atucanados, pelo que tenho visto, admitem que o atual governo é "contraditório" e tem "vícios" típicos do sistema oligárquico vigente aqui há mais de 40 anos, tanto no governo do Estado quanto nas prefeituras.

Queremos abrir o debate. Saber qual o projeto do governo para o desenvolvimento do Maranhão. Não basta declarar-se reformista e comprometido com a transformação estrutural do Estado. Isso é mero exercício de ilusionismo retórico. Apontar limitações políticas e institucionais também não vale. O grupo que chegou ao poder não é novo na teia burocrática do Maranhão e conhece bem os trâmites administrativos desde os tempos do governador Luiz Rocha (PDS).

O governo Lula, este sim, novato na máquina burocrática, teve dificuldades muito mais graves - políticas, administrativas e éticas - mas conseguiu superá-las porque tinha um projeto para o Brasil, maturado ao longo de 13 anos de derrotas pedagógicas. Agora, até o Bolsa Família serve de protótipo para o mundo.

Em 2006 anulei meu voto. Além de não apresentar um programa de governo, como não mostrou até agora, o candidato da "Frente de Libertação" estava refém de uma aliança majoritariamente tucana e anti-Lula. Mais que isso, os tucanos reforçavam a artilharia no bombardeio pelo qual passava o PT no Maranhão e no Brasil, com o silêncio de Jackson Lago e o apoio do PDT nacional, nos ataques frontais do seu presidente Carlos Lupi.

Encerrado o primeiro turno, Jackson Lago foi pressionado pelos tucanos a declarar apoio a Geraldo Alckmin (PSDB). Mas não o fez, talvez porque o bom desempenho de Lula no Maranhão pudesse atrapalhá-lo. Ou porque suas origens no trabalhismo brizolista tenham falado mais alto que o cerco dos maus conselheiros. Foi então que surgiu a máxima tucana, de autoria do deputado federal Roberto Rocha, de que a disputa eleitoral de 2006 era a luta do bem (Alckmin/Jackson) contra o mal (Lula/Sarney).

Enquanto isso, a militância do PDT cerrava fileiras com Lu (Daslu) Alckmin, esposa tucana de Geraldo, em uma caminhada na rua Grande. As bandeiras do 12 e do PSDB tremulavam juntas e a passeata finalizou com um discurso do candidato a senador João Castelo (PSDB) na praça Deodoro. Somente três dias antes do segundo turno, depois de muita pressão, sobretudo pressão das ruas, os marqueteiros de Jackson soltaram um filme lembrando sua grande amizade com Lula, desde a época das Caravanas da Cidadania.

Da vitória da Frente até hoje, temos um governo hegemonizado pelo PSDB. Além de, durante a campanha apresentar o candidato majoritário ao Senado, João Castelo, os tucanos agora controlam a Casa Civil com Aderson Lago, a presidência da Assembléia Legislativa com João Evangelista (afastado por problemas de saúde), a Secretaria de Cidades e Infra-estrutura com Telma Pinheiro, a Secretaria de Articulação Política com Wilson Carvalho, além da forte representação parlamentar estadual e federal. Só faltou a Secretaria de Planejamento e a de Fazenda, cujo titular, entretanto, não por coincidência, foi diretor de banco oficial no governo Castelo.

O PT, em que pese a qualidade da maioria dos seus quadros no governo, está em secretarias não estratégicas, duas com quase nenhum orçamento, a não ser os programas do governo federal. Somente a Secretaria de Cultura tem peso político e orçamento. Nem o PDT, partido do governador Jackson Lago, tem tantos espaços importantes na máquina quanto o PSDB.

Todos esses tucanos, não podemos esquecer, ao contrário de Jackson, formaram-se na escola do grupo Sarney. Portanto, se o governo Jackson Lago quer libertar o Maranhão precisa primeiro libertar-se do sarneísmo, desse método de operar o governo e a política. É esse o desejo dos maranhenses. Precisa sair do palanque, ir além do bem e do mal tucanos, superar o maniqueísmo e apresentar um projeto de desenvolvimento para o Estado. Qual a concepção de governo? Quais as diretrizes da política econômica? Quais as ações emergenciais, de médio e longo prazos? É preciso recuperar o Jackson Lago dos bons tempos na Prefeitura de São Luís: trabalho e honestidade.

Lula superou quase todos os ataques da direita e da mídia burguesa porque tem um projeto e o Brasil voltou a crescer. O que não pode continuar ocorrendo, no Maranhão, é o governo atribuir os entraves à perseguição da oligarquia Sarney.

As patrulhas ideológicas - que frequentemente misturam sectarismo e fisiologismo - também dificultam o exercício democrático do diálogo. Qualquer cristão, agnóstico ou ateu que manifeste opinião crítica ao governo Lago é logo taxado de sarneísta, um chavão limitado teoricamente, que não consegue, na sua miopia sociológica, ultrapassar sequer a ponte sobre o Estreito dos Mosquitos. Não percebe que a aliança de Lula com Sarney não é por amor ou afinidade, e sim pela banda do PMDB que garante a governabilidade.

O governo Lula não é importante só para o Brasil, mas para o mundo. Está integrando comercial e politicamente a América Latina, recuperou a credibilidade internacional quase zerada por FHC, compõe um dos mais importantes blocos de países em desenvolvimento no mundo (o Bric: Brasil, Rússia, Índia e China), abriu frentes comerciais na África e no Oriente Médio, levantou a agenda de alternativas energéticas, fortaleceu o setor público e as estatais; enfim, há um conjunto de ações imediatas e estratégicas convergindo para alavancar o Brasil internamente e na geopolítica mundial. A melhoria dos indicadores sociais e a aprovação de Lula refletem isso.

No plano local, temos de começar a pensar no “pós-Sarney”, como sugere o deputado federal Flavio Dino (PC do B), superando o maniqueísmo e descendo do palanque. Quanto à disputa pela Prefeitura de São Luís, o PT pode ter candidatura própria ou coligar com outro partido. Já estão postos quatro pré-candidatos (em ordem alfabética): Bira do Pindaré, Ed Wilson Araújo, Kleber Gomes e Raimundo Monteiro. Todos ajudam a construir o PT, com suas histórias de vida e militância, e são dignos de representar a legenda.

A eleição de 2008 será uma etapa importante para reagrupar correntes e nomes em torno de um projeto para São Luís. Vai funcionar como “prévia” de 2008. É preciso aglutinar as forças democráticas e populares, em torno de um projeto de desenvolvimento para o Maranhão, e fazê-las predominar em qualquer frente de que a esquerda participe. Tendo sempre como farol o governo Lula. Que também devemos criticar para aperfeiçoar.

O problema é que o eleitoral e o pragmático costumam vir antes do programático. Aí as pessoas passam a ser mais importantes que a coisa pública. É necessário melhorar essa ordem, de modo que as pessoas e os projetos estejam em sintonia. E nesse sentido precisa-se dar oportunidade também às novas lideranças, mas com cuidado, porque tem muitas pessoas maduras com idéias novas e tanta gente nova caducando das idéias.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sinal de Reinaldo

A entrevista do ex-governador José Reinaldo (PSB), ontem, a Chico Viana, deu um recado importante. Ao ser questionado sobre a sucessão municipal, Reinaldo disse que o comando das articulações deve ser do governador Jackson Lago (PDT), colocando o prefeito pedetista Tadeu Palácio como coadjuvante. "O principal eleitor é o governador", frisou.
Ao secundarizar o prefeito na condução de sua própria sucessão, Reinaldo dá uma dica: Palácio pode ser o plano "B" do grupo Sarney.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Agenda petista

O novo Diretório Municipal do PT de São Luís toma posse amanhã 29, às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Bancários. Estarão presentes representantes dos partidos do campo democrático que fazem parte da base do governo federal, integrantes dos movimentos sociais, entidades sindicais e parceiros das lutas populares. O presidente do Diretório Municipal, engenheiro Fernando Magalhães, vai coordenar o ato de posse ressaltando a expressiva votação obtida no Processo de Eleições Diretas (PED). “O novo diretório municipal quer celebrar com toda a base do partido em São Luís a festa da democracia e da luta para construir um país melhor e uma sociedade mais justa, através da política e da participação popular nas lutas cotidianas”, ressaltou o presidente Fernando Magalhães.
O secretário nacional de Comunicação do PT, Gleber Naime, vai participar da posse. Na ocasião serão apresentados aos filiados e à sociedade os nomes dos pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Luís nas próximas eleições.
Pré-candidatos
A tendência Articulação "Unidade na Luta", alinhada à corrente "Construindo um Novo Brasil" (CNB), tem como pré-candidatos à Prefeitura de São Luis Ed Wilson Araújo, Kleber Gomes e Raimundo Monteiro. O assessor especial do governo Jackson Lago, Bira do Pindaré, também é pré-candidato.
Diferença
Na posse do presidente Fernando Magalhães no Diretório Municipal do PT os tucanos não foram convidados, ao contrário dos eventos da direção estadual, quando o PSDB é a estrela principal e o PT vira coadjuvante.
Coletiva com Gleber Naime
O secretário nacional de Comunicação do PT, Gleber Naime, concederá entrevista coletiva nesta sexta-feira, às 16 horas, na sede do Sindsep.
Naime vai apresentar as diretrizes da 3ª Conferência Nacional de Comunicação do PT, que será realizada nos dias 24 e 25 de abril, em Brasília, precedida de plenárias estaduais. A comunicação do PT com a sociedade, a definição de políticas públicas para a democratização das comunicações e as estratégicas para as eleições municipais de 2008 serão os principais temas da 3ª Conferência.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

WALTER RODRIGUES SAÚDA O BLOGUE

O jornalista Walter Rodrigues fez uma saudação ao blogue. Veja abaixo.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Blogue do Ed Wilson
Saúdo com alegria o advento do blogue do companheiro Ed Wilson, que aliás se chama blogue mesmo, como o Colunão e poucos mais, e não blog.Além da amizade que muito prezo, vejo nele um exemplo de jornalista e cidadão sério e dedicado ao trabalho, apesar de leve e bem-humorado, apreciador do bom e do belo e avesso ao maria-vai-com-as-outras e ao maria-vai-com-quem-paga, tão difundidos entre nós.
Um de seus primeiros textos é tão bem feito quanto polêmico. Não polêmica gratuita, mas aquela resultante da reflexão que pode ser contestada, mas nunca será anulada com patadas ou mexericos — recursos usuais no mundo e submundo da política maranhense.
Trata do maniqueísmo oportunista que procura justificar os piores cometimentos político-administrativos erguendo a bandeira furta-cor do anti-sarneísmo. Isso não tem servido apenas para prolongar, mas, em muitos aspectos, até para radicalizar o que já era ruim, como no nepotismo, na manipulação das consciências e na boa e velha gatunagem.
Paro aqui para reproduzir passagens do artigo de Ed Wilson, jornalista e professor da UFMA e possível candidato a prefeito de São Luís pelo Partido dos Trabalhadores:“José Reinaldo aprendeu com Sarney e passou a Jackson Lago o segredo da magia capaz de hipnotizar e converter rapidamente a maioria dos parlamentares.
Foi assim que o candidato a deputado Edvaldo Holanda (PTC), eleitor de Roseana Sarney, rapidamente transformou-se em líder do governo Jackson na Assembléia Legislativa (AL).” “Mas não foi só a tecnologia de sedução do parlamento que Jackson herdou do sarneísmo. A “Libertação” radicalizou quase todos os métodos do sistema oligárquico dos “40 anos de atraso”, como diz o surrado chavão.
Corrupção, nepotismo, fisiologismo, secretariado predominantemente de direita, intransigência nas negociações com os movimentos sociais, falta de transparência na aplicação dos gastos públicos e tantas outras marcas da oligarquia ganham terreno rapidamente.”“O Maranhão passa por um processo de transgenia ideológica.
O governo que se propunha acabar com a oligarquia constituiu uma força à direita do sarneísmo.É preciso, portanto, superar essa falsa dicotomia de que os tucano-pedetistas com apoio de uma ala do PT sintetizam o bem em luta contra o mal (Sarney e os verdadeiros aliados do governo Lula no Maranhão).
“A vitória de Jackson foi fruto de uma concepção de político-eleitoral tão mercadológica quanto a vitória de Roseana sobre Cafeteira em 1994, só para ficar nesse exemplo. Portanto, a oligarquia e a “Libertação” compõem a mesma moeda do negócio da política. Esses dois grupos não se distingüem também sobre um projeto de desenvolvimento para o Maranhão. O que há de novo além do surrado chavão jackista dos “40 anos de atraso”? “O Maranhão ainda está amarrado à lógica modernizadora da monocultura de soja e do corredor de escoamento minero-metalúrgico. Precisa sair da modernização conservadora e dos enclaves econômicos para dar um salto rumo ao desenvolvimento.Essa tarefa cabe a novos protagonistas.”

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Reinaldo volta à cena

O ex-governador José Reinaldo (PSB) voltou ao cenário eleitoral de 2008, ensaiando uma pré-candidatura a prefeito de São Luís. O balão de ensaio de Reinaldo visa na verdade influenciar na eleição do novo presidente da Assembléia Legislativa (AL). Ele quer o sobrinho, Marcelo Tavares, presidindo a Casa.
É pouco provável a candidatura do ex-governador à Prefeitura, porque tanto ele quanto Jackson Lago (PDT) temem que a denúncia do STF sobre a Operação Navalha caia como uma bomba no decorrer da campanha. Reinaldo, no fundo, quer Marcelo Tavares na presidência da AL.
Recado
Bastou José Reinaldo ensaiar a candidatura a prefeito e o Jornal Pequeno (JP) começou a desacreditar a já embalada pré-candidatura do deputado federal Flávio Dino (PC do B). Domingo, o JP chegou a dizer que o projeto de Dino é uma "aventura" semelhante à do deputado Domingos Dutra (PT), em 1996, quando deixou o mandato na Câmara para ser vice-prefeito de Jackson.
Até então, Dino era bem acolhido no Jornal Pequeno. Agora, é aventureiro.

Rocha não perdoa Lago

Em seu artigo dominical no Jornal Pequeno, 24/02, o deputado federal Roberto Rocha (PSDB) defende a gestão do diretor da Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão (Caema), Rubem Brito, ex-deputado estadual do PDT. Rocha diz que os problemas da Caema são fruto da precariedade do Italuís, da rede de distribuição que leva ao desperdício e do elevado volume de investimentos necessários para ter a oferta ideal de água à população.
Ao enfatizar a defesa de Brito, Rocha não deixa escapar a gestão do seu correligionário Aderson Lago (PSDB), ex-diretor da companhia no governo Cafeteira. Vejamos:
"...atribuir ao presidente da Caema, engenheiro Rubem Brito, a culpa pelas deficiências crônicas do sistema e da empresa é algo realmente absurdo, é ignorar todo um histórico de deficiências da Caema, ao longo de décadas, como da política de saneamento no pais."
Na seqüência, o artigo direciona os problemas à administração dos "novos baianos", "funesta invenção do sr. Jorge Murad", assegurando que o governo Roseana entregou o saneamento do Estado às empreiteiras OAS e Gautama.
Por mais que a Libertação tente diferenciar-se da Oligarquia, não há como negar que o DNA daquela foi copiado desta. Simplesmente porque, sempre que qualquer libertador fizer referência ao chavão "40 anos de atraso", é inescapável incluir na oligarquia Luiz Rocha, João Castelo, Cafeteira, Zé Reinaldo, Aderson Lago e o próprio Jackson Lago, que em 2000 tomou champanhe com Roseana para brindar a vitória da parceria pedetista-sarneísta na eleição para a Prefeitura de São Luís.

Lula investe nos grotões

A região dos Cocais é a primeira do Maranhão a ser contemplada com o programa do governo federal "Territórios da Cidadania". O lançamento ocorreu hoje pela manhã, em Brasília, simultânea à implantação nos estados. No Maranhão, a cidade de Caxias sediou a solenidade. A partir de amanhã os integrantes do Colegiado Territorial dos Cocais começam a definir o plano de trabalho e o calendário de ações.
Os "Territórios da Cidadania" vão estimular o desenvolvimento regional sustentável, integrando os governos federal, estaduais e municipais. Mas a maior parte dos recursos vem do governo federal. Nos Cocais serão investidos R$ 468,6 milhões para 17 municípios em 2008, nas atividades produtivas e de infra-estrutura, assistência técnica, distribuição de renda e acesso a direitos básicos para agricultores, comunidades quilombolas e pescadores.
Ao todo, 15 ministérios do governo federal estão articulados em projetos que envolvem o Pronaf, Luz para Todos, Bolsa Família, Saúde da Família, Farmácia Popular e Brasil Sorridente. O delegado federal do Desenvolvimento Agrário no Maranhão, Inacio Sodré Rodrigues, afirma que os Territórios ampliam os recursos e a concepção do governo Lula de investir na área rural não só com assistencialismo, mas proporcionando as condições de emancipação das comunidades através da atividade produtiva.
Além do território Cocais, o Maranhão terá mais quatro áreas contempladas: Baixo Parnaíba, Lençóis, Minim e Vale do Itapecuru. No Brasil são 60 territórios na primeira etapa, onde serão investidos R$ 11,3 bilhões.

Posse no PT municipal

Será realizada dia 29 de fevereiro (sexta-feira), às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Bancários, a posse do presidente eleito Fernando Magalhães e do novo Diretório Municipal do PT. Estão convidados os petistas e simpatizantes, movimentos sociais e os partidos do campo democrático-popular.
"Os petistas de São Luís querem celebrar com todos a festa da democracia e da perseverança em construir um mundo melhor, através da política, da participação popular e da luta cotidiana da sociedade, pois também estamos comemorando 28 anos de fundação do PT", assinala o convite da posse.

Bocão, o jornalista

Alexsandro Rocha da Silva (esquerda), o Bocão, é morador de rua em Porto Alegre (RS). A gente se encontrou por acaso, na Cidade Baixa, região boêmia da capital gaúcha. Fui atraído pelo título do jornal que ele oferecia de mesa em mesa: “Boca de Rua”.
Os textos, fotos e ilustrações do “Boca de Rua” são produzidos pelos próprios sem teto, supervisionados pela Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice).
A impressão é feita na Gráfica Zero Hora, após a edição da jornalista Rosina Duarte.
Cada integrante recebe uma cota de jornais para vender e realimentar as outras produções. Conversei longamente com Bocão. Ele contou sua história de vida sofrida e seus sonhos. Fechamos o papo quando ele, emocionado, disse que a maior alegria da sua vida é ser reconhecido como jornalista.
Animado, canta hap e cuida melhor da saúde. Já tem algumas músicas gravadas, mas quer produzir um CD. Vida longa, Bocão!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

IMPERATRIZ: O PT NA ENCRUZILHADA

Publicado no jornal "O Progresso" de hoje
“Não existe diferença entre o PSDB e o PT no Maranhão”. Esta frase, pinçada de uma entrevista do deputado federal Sebastião Madeira (PSDB), no jornal O PROGRESSO, sintetiza a lógica da formação de uma eventual frente anti-Ildon Marques (PMDB) em Imperatriz. Sem o apoio petista, Madeira dificilmente levará adiante o projeto de sua candidatura. Porque não há como desconsiderar, na formação da frente, o peso eleitoral e simbólico do ex-prefeito Jomar Fernandes (PT).
O reforço à tese de Madeira veio em artigo assinado pelo secretário geral do PSDB, Célio Louza Cruz, ao afirmar que a costura da eventual frente é comandada “por ninguém, na medida em que ninguém pode arvorar-se proprietário de uma coalizão, e todos, na medida em que, legitimamente, todos podem e devem se sentir co-partícipes de uma bela, arrojada e edificante jornada como essa.” (O PROGRESSO, 20/01/2008).
Mas o jogo de palavras de Célio Cruz, com o propósito de atrair ou neutralizar potenciais correligionários políticos, não consegue disfarçar que o comando da frente será mesmo do PSDB, tendo Madeira como timoneiro da nau libertária tocantina. E está denunciado no título do artigo: “O PSDB, como sempre, vai no rumo certo.” Seus afagos nos egos de todos (e de ninguém!) visam atenuar o impacto de um outro artigo, assinado pelo ex-presidente municipal do PT, escritor e historiador Adalberto Franklin, no qual acentua que o partido não tem acordo formado com nenhum nome ou legenda, mas está aberto ao diálogo. Porém, os petistas nunca abriram mão de apresentar candidatura própria.
Do soneto de Adalberto Franklin à emenda de Célio Cruz, a feitura de uma coalizão tucano-petista contra Ildon Marques parece cada vez mais distante. Basta observar os antecedentes. A pretexto de fazer uma confraternização no final do ano passado, Sebastião Madeira lançou sua pré-candidatura reunindo as principais lideranças políticas da Frente de Libertação do Maranhão.
Estavam no palanque o governador Jackson Lago (PDT), o ex-governador José Reinaldo (PSB), deputados federais e estaduais tucanos e assemelhados, o deputado federal Flavio Dino (PC do B), vereadores, lideranças comunitárias e tantos outros afinados com o projeto de Madeira prefeito.
E quais foram as ausências mais sentidas? Justamente as preferidas para compor a chapa encabeçada por Madeira: Jomar e Teresinha Fernandes. Há uma sintonia entre essas ausências e o miolo do artigo de Franklin: “A priori, a direção do partido tem se posicionado no propósito de apresentar candidatura própria, embora possa participar de uma possível ‘frente’...” Eis a encruzilhada petista.
E quem está em uma encruzilhada tem de tomar posição, escolher um caminho. Para fazer essa opção, o PT precisa analisar vários movimentos na cena política local e nacional. A começar das orientações de Brasília. As eleições de 2008 funcionarão como prévias para a sucessão do presidente Lula. Imperatriz é uma cidade estratégica. Madeira tem três mandatos de deputado federal. Não é um tucano qualquer. Foi presidente do Instituto Teotônio Vilela – a corte da intelectualidade neoliberal de inspiração paulista e submissa ao imperialismo. Tucanos e petistas são arqui-rivais no plano nacional.
Além de analisar, vale perguntar: Lula viria novamente a Imperatriz, dessa vez para apoiar um candidato tucano com um(a) petista vice? Depois de observar e perguntar, o PT precisa confiar desconfiando. Madeira reúne boas condições para a disputa, principalmente pelo fato de ter a máquina do governo Jackson Lago a seu favor. Mas quem garante que, eleito, o tucano vai contemplar os interesses petistas?
E, por fim, perceber que existem outras opções além do horizonte tucano e da candidatura própria petista. A Frente de Esquerda articulada pelo PC do B, PSB, PCB e PDT parece ser mais afinada com o bloco de forças políticas do campo democrático-popular, onde o PT tem discurso, militância e bases consolidadas. Jomar Fernandes, fiel integrante da Articulação de Esquerda, tendência marxista do petismo, vai ponderar esses ingredientes no caldo político da sua vida. Na encruzilhada, olhando o trem da História passar, é que não dá para ficar.

Diversidade em São José de Ribamar

A disputa política em São José de Ribamar flui democraticamente pelas ondas do rádio. Refiro-me à emissora Comunitária Tropical FM, 104,5Mhz, coordenada pelo perseverante José de Jesus. Recentemente, a rádio veiculou um comentário crítico do prefeito Luís Fernando Silva (DEM) ao seu eventual adversário na eleição de 2008, Julinho Matos (PDT).
A rádio recebe verbas publicitárias da Prefeitura, mas prontamente acatou a réplica de Julinho Matos, atendendo ao interesse público e às regras básicas do contraditório no jornalismo.
Ideal agora seria fazer um debate entre os dois, pautado nas idéias e projetos para o desenvolvimento da cidade.
A Tropical já sofreu lacres, apreensão de equipamentos e ameaças diversas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Polícia Federal, com base em ordens judiciais. São raros os casos em que o Judiciário Federal concede liminares enquanto as emissoras comunitárias batalham pelas autorizações no Ministério das Comunicações. Alguns processos demoram 10 anos.
De Jesus já recebeu uma nova visita da Anatel, mas já está tão acostumado e "escolarizado" no assunto que enfrentou os fiscais na argumentação forte.
Por enquanto, contrariando o ditado popular, a Tropical FM faz milagre na terra do santo mais famoso do Maranhão.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Verso:

Medo
cidade pós-moderna
homem da caverna
(Ed Wilson)
Prosa:
“Não existe diferença entre o PSDB e o PT no Maranhão.”
Do deputado federal tucano Sebastião Madeira, seduzindo o ex-prefeito de Imperatriz, Jomar Fernandes (PT), para compor chapa em 2008. Madeira quer um vice petista.

Cerco a Requião

O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), uma espécie de Chávez brasileiro, enfrenta o cerco pesado da direita. O maior golpe veio com a recente decisão da Justiça Federal, estabelecendo censura prévia ao governador nos programas da Rádio e Televisão Educativa do Paraná. Requião está proibido de emitir opiniões na programação da emissora, mas já recorreu.
O governador enfrenta a direita e a mídia sojeira. Só consegue divulgar as ações de interesse público na TV Educativa paranaense. Ele assegura que a decisão judicial é ideológica, vinculada aos setores reacionários que não toleram seu viés progressista.
Coragem
Requião enumera suas razões: recuperou a companhia elétrica (Copel), na qual disse ter investido 2 bilhões e 500 milhões de reais, colocando as tarifas de energia elétrica do Paraná entre as menores do país; reestruturou o Porto de Paranaguá, em vez de privatizá-lo; declarou guerra aos pedágios e às empresas controladoras das estradas privatizadas; rejeitou a invasão de cultivo transgênico nas fazendas do Paraná etc.
Tucanagem
Enquanto o peemedebista Roberto Requião reforça o setor público no Paraná, o governador tucano José Serra tenta passar o trator para privatizar a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Em SP, ninguém censura Serra.
Prosa:
“O governo Jackson construiu 101 escolas de Ensino Médio em 2007. Todas são de primeiro mundo”
(Do secretário de Educação, Lourenço Vieira da Silva, em entrevista ao jornalista Chico Viana, dia 22/02 (sexta), na TV São Luís.

Conferência Mundial de Cidades

Participei da Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Cidades. O evento reuniu cerca de 7 mil pessoas, em Porto Alegre, de 13 a 16 de fevereiro. Representantes de 1039 cidades de 52 países interagiram sobre projetos de desenvolvimento sustentável local para os centros urbanos.
A estrela do orçamento participativo (OP) brilhou durante os debates. Ainda é o grande projeto político que coloca Porto Alegre e outras cidades do Brasil entre as experiências mais exitosas de gestão participativa.
Cooperação
Ao OP soma-se a “governança solidária local” – forma de administrar que articula parcerias entre o poder público, organizações da sociedade civil, setor privado e comunidades. Dá certo. Basta caminhar em Porto Alegre, conversar e vasculhar os indicadores de qualidade de vida.
A conferência teve 554 painéis de debates, oficinas e minicursos durante os quatro dias. Estatuto das Cidades e plano diretor também foram temas em destaque, assim como o tratamento dos resíduos sólidos, projetos de coleta seletiva de lixo e educação ambiental.
Global e local
Predominou nos debates a tese do desenvolvimento local sustentável possível/viável diante do mundo globalizado. As cidades empoderam-se através da democracia participativa para enfrentar a lógica do neoliberalismo como concepção única de urbanidade.
Em resumo, voltei da conferência com duas sensações:
- Entusiasmo ao saber de tantas experiências e projetos dando certo Brasil afora e que podem ser simplesmente copiadas ou adaptadas e incrementadas para outros locais;
- Decepção de viver em São Luís governada há 20 anos pela mesma oligarquia sem um salto de qualidade político e administrativo (não há sequer um parque decente na cidade);
Em Porto Alegre o PT perdeu o governo, mas o sucessor José Fogaça (PMDB) mantém os compromissos da democracia participativa na sua gestão. Quando a experiência do OP começou a ser implantada em São Luís, em 1996, através do então vice-prefeito Domingos Dutra (PT), o prefeito Jackson Lago (PDT) lavou as mãos. O OP tem muita plenária, fiscalização e licitação....coisas que Jackson detesta.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Castelo de areia

Parece não ter sustentação a candidatura de João Castelo (PSDB) à Prefeitura de São Luís. As oligarquias municipal e estadual tendem a fechar com um só nome, Clodomir Paz (PDT), evitando o risco de pulverizar candidatos e levar a disputa para o segundo turno. Castelo só seria candidato se tivesse pelo menos o apoio de uma das máquinas.
O tucano tem tradição de derrota em disputas majoritárias. Começa no teto e tende a cair nas pesquisas. Seu eleitorado fixo só garante mandato de deputado federal.
Castelo foi candidato ao Senado em 2006, tendo como primeira suplente a esposa do prefeito, Tati Palácio. A primeira dama seria efetivada caso o plano de eleger Castelo senador desse certo. Faltou combinar com o eleitorado e agora o prefeito lavou as mãos.
Ex-governador da ditadura militar, apoiado por Sarney, Castelo é diretor da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), poderosa e milionária gestora do Porto do Itaqui. Tudo indica que o pretenso candidato vai ficar a ver navios ou contemplar o mar na beira da praia, esperando uma onda forte desmoronar seu sonho de vir a ser prefeito de São Luís.

OLIGARQUIA & LIBERTAÇÃO: duas faces do negócio da política

Editorial
OLIGARQUIA & LIBERTAÇÃO: duas faces do negócio da política

Uma sombra ronda a disputa de poder no Maranhão: o maniqueísmo. Desde as eleições de 2006, os tucanos cunharam a luta do bem contra o mal nos pleitos à Presidência da República e ao Governo do Estado, respectivamente. O primeiro bloco representado por Geraldo Alckmin (PSDB) e Jackson Lago (PDT). O segundo materializado em Lula (PT) e Roseana Sarney (então PFL).
Sob a retórica de “libertar” o Maranhão, a frente que levou à vitória de Jackson Lago reuniu sarneístas e ex-sarneístas, a direita tucana anti-Lula, alguns democratas e uma parte do PT liderada pelo presidente do diretório regional Domingos Dutra, eleito deputado federal.
Operação
A dita retórica mobilizou os dois grandes colégios eleitorais de São Luís e Imperatriz. Na ilha, ressuscitou-se a mística e a tendência do eleitorado de rejeição ao grupo Sarney. Na principal cidade da região tocantina, a falta de um candidato a vice-governador nativo na chapa de Roseana incitou uma onda regionalista e separatista, dando uma votação esmagadora a Jackson. Fora desses dois colégios eleitorais, o Maranhão inteiro sabe como o governador José Reinaldo (PSB) operou a eleição do seu sucessor.
Toda a base parlamentar historicamente sarneísta rapidamente aderiu à tese da “Libertação”. José Reinaldo aprendeu com Sarney e passou a Jackson Lago o segredo da magia capaz de hipnotizar e converter rapidamente a maioria dos parlamentares.
Foi assim que o candidato a deputado Edvaldo Holanda (PTC), eleitor de Roseana Sarney, rapidamente transformou-se em líder do governo Jackson na Assembléia Legislativa (AL). O sarneísta histórico João Evangelista (PSDB) passou por longos processos de “convencimento ideológico” para finalmente aderir à Libertação do Maranhão e presidir a AL.
Jackson radicalizou
Mas não foi só a tecnologia de sedução do parlamento que Jackson herdou do sarneísmo. A “Libertação” radicalizou quase todos os métodos do sistema oligárquico dos “40 anos de atraso”, como diz o surrado chavão. Corrupção, nepotismo, fisiologismo, secretariado predominantemente de direita, intransigência nas negociações com os movimentos sociais, falta de transparência na aplicação dos gastos públicos e tantas outras marcas da oligarquia ganham terreno rapidamente.
Toda essa biodiversidade política no Maranhão é hegemonizada pelo PSDB e seu aparelho midiático, cujo principal objetivo é combater o governo Lula sem tréguas. Entre a omissão e o constrangimento, a ala petista no governo silencia sobre as críticas para não prejudicar a governabilidade. Assim, as relações entre tucanos e petistas compõem desde dobradinhas eleitorais até elogios mútuos: “Castelo agora é Dutra e Dutra é Castelo”, proclamou o ex-candidato a senador pelo PSDB, João Castelo, na posse do diretório estadual petista em dezembro de 2005.
Transgênicos
O Maranhão passa por um processo de transgenia ideológica. O governo que se propunha acabar com a oligarquia constituiu uma força à direita do sarneísmo.
É preciso, portanto, superar essa falsa dicotomia de que os tucano-pedetistas com apoio de uma ala do PT sintetizam o bem em luta contra o mal (Sarney e os verdadeiros aliados do governo Lula no Maranhão).
A vitória de Jackson foi fruto de uma concepção de político-eleitoral tão mercadológica quanto a vitória de Roseana sobre Cafeteira em 1994, só para ficar nesse exemplo. Portanto, a oligarquia e a “Libertação” compõem a mesma moeda do negócio da política. Esses dois grupos não se distingüem também sobre um projeto de desenvolvimento para o Maranhão. O que há de novo além do surrado chavão jackista dos “40 anos de atraso”?
Cadê o projeto?
Quais as diretrizes econômicas para alavancar a agricultura, a infra-estrutura, o turismo, o comércio, o parque industrial etc? Se existem, estão guardadas a sete chaves nos relatórios das confrarias de planejamento.
O Maranhão ainda está amarrado à lógica modernizadora da monocultura de soja e do corredor de escoamento de minero-metalúrgico. Precisa sair da modernização conservadora e dos enclaves econômicos para dar um salto rumo ao desenvolvimento.
Essa tarefa cabe a novos protagonistas. As verdadeiras forças de esquerda do Maranhão precisam ir além do maniqueísmo tucano inspirado na Avenida Paulista.
Precisam colocar-se além do bem e do mal. Ir adiante das disputas eleitorais, elaborar um programa de governo viável, copiar experiências de sucesso, criar novas formas de alavancagem econômica, adaptando-as à realidade local; enfim, sair do pragmatismo eleitoral para práxis política plena.
O resto é só retórica que não ilude por muito tempo.