sábado, 8 de março de 2008

O olhar de Itevaldo Junior sobre São Luís

O jornalista Itevaldo Junior (O Estado do Maranhão) enviou o comentário abaixo sobre o texto “Um olhar sobre São Luís”. Domingo passado uma reportagem de Itevaldo expôs as nebulosas relações da Prefeitura de São Luís com o lixo, ressaltando a falta de licitações nos contratos com a Limpel e a Limpfort. O prefeito Tadeu Palácio (PDT) diz que vai licitar. Vamos aguardar e cobrar. A seguir, o comentário:

A ação de (re)pensar a cidade exige que se enxergue e alcance as várias São Luís existentes na Ilha. A cidade dos bairros do Centro & Centro Histórico (que estão dentro do Anel Viário), a Zona Rural, o Itaqui-Bacanga, o eixo das avenidas dos Africanos, da Guajajaras (ambas com centenas de bairros e ocupações desordenadas), enfim. Sem demérito as duas décadas de gestão pedetista – tem aí o período Conceição Andrade – o que se constata é que tem cosmético demais.
Faz-se jardinagem da ponte Bandeira Tribuzi ao cruzamento da av. Holandeses, mas esquece-se da Avenida Camboa.
A capital tem problema sério de saneamento e esgotamento sanitário, nenhum desses governos resolveu enfrentar a questão. É alto o déficit habitacional e nada se propôs.
Coleta de lixo é questão de saúde de pública. Parabéns ao Tadeu Palácio. Mas, é também questão de saúde, educação, direito ao cidadão, a transparência administrativa. Transparência nos contratos, especialmente naqueles em que é feita a dispensa ou a inexigilibidade de licitação, como no caso do lixo.
Falta de transparência administrativa marcou os 20 de anos de gestão pedetista em São Luís. Como também é retrato dos governos estaduais e de outros municípios maranhenses.
O Orçamento Participativo degringolou aí. Não existe OP sem transparência orçamentária/ administrativa. São Luís avançará muito quanto uma administração municipal der publicidade ao quanto arrecada? como investe? quanto investe? porque investe, quais são as prioridades?.
Por exemplo: a Prefeitura recebeu em 2007, R$ 1,8 milhões de Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide). Em janeiro deste ano, já veio R$ 465 mil. O que foi feito desse dinheiro? Ele foi aplicado em quê? A sociedade precisa ter essas respostas. É o mínimo de civilidade.
Empresários de ônibus compram novos veículos e o prefeito é quem faz a “entrega”. No ato seguinte se anuncia que a prefeitura põe 100 novos ônibus nas ruas da capital. Isso é piada. O transporte da capital há tempo ele exclui os usuários. Menos gente usa o ônibus. Vão a pé, de bicicleta, de carona ou compram carros. O serviço é ruim.
Jamais tivemos um projeto de desenvolvimento para São Luís. E não é falarmos somente de saúde, transporte e educação. É falarmos de cultura, de meio-ambiente, juventude, industrialização, enfim.
Não temos um parque público – não vale o Bom Menino. Não existem espaços públicos de lazer para crianças e idosos. Resta os shoppings e a praia. Em alguns bairros constroem-se quadras esportivas e se urbaniza o entorno. Mauro Fecury ex-prefeito da capital ganhou o apelido de “Mauro Pracinha”. Isso é o mais do mesmo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Se for possível crie uma sessão no blogue para esse debate. O texto de Itevaldo é um boa contribuição. É esse o caminho Ed Wilson. Vamos pôr São Luís em debate.

Anônimo disse...

a imprensa é muito ruim. Como ela não cumpre seu papel, a gestão ,municipal faz o que quer. Tinha que ser mais vigilante. A sua avaliação e a do Itevaldo são corretas.

Anônimo disse...

o Canindé recebe apoiadores e correligionários em seu gabinete na secretaria de transportes. isso é ato de improbidade administrativa. assim não dá