domingo, 2 de março de 2008

“Partido” do STF

As intervenções do ministro Marco Aurélio Mello, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), na agenda política há muito evidenciam uma interferência direta do Judiciário no Legislativo e no Executivo. Na investida mais recente, Mello disse que o programa “Territórios da Cidadania” pode ser contestado judicialmente.
Por coincidência, o PSDB e o DEM propuseram no STF uma ação direta de inconstitucionalidade contra o programa, que vai investir R$ 11 bilhões em ações multiministeriais de combate à pobreza e desenvolvimento local no Brasil.
Somente no Maranhão o programa “Territórios da Cidadania” vai aplicar R$ 933 milhões em 2008.
Lula reagiu à chantagem do ministro, afirmando que seria bom se o Judiciário “metesse o nariz somente nas coisas deles”. O presidente do STF reforçou a ameaça, referindo-se à Lei Eleitoral, que proíbe a criação de programas sociais em ano eleitoral. Ocorre que tais programas foram implantados desde o início do primeiro mandato de Lula e são referência no mundo todo.
Portanto, fica clara a intenção do ministro de intimidar o governo, em um jogo combinado com o DEM e o PSDB. É só o começo do embate de 2010 e da ofensiva da direita neoliberal demo-tucana, que começa agora com uma nova legenda em campo: o “Partido” do STF, com Mello na presidência.

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